O conceito de “web 2.0” começou com uma conferência de brainstorming entre Tim O’Reilly (nascido em 1954, Cork, Irlanda) e a Internacional Media Live. Dale Dougherty, pioneiro da web, e O’Reilly observaram que a web era mais importante do que nunca, com novas aplicações e sites aparecendo com surpreendente regularidade.
Desde que o termo “web 2.0” claramente tomou conta com mais de 9,5 milhões de citações no Google, há ainda uma enorme quantidade de pessoas em desacordo sobre afinal o que seria web 2.0. Algumas pessoas o condenam como um chavão de marketing sem sentido e outros aceitam como a nova sabedoria convencional.
Com o apoio de empresas, a nova plataforma vai se desenvolvendo com reorganizações e revoluções tecnológicas:
A veiculação de anúncios foi o primeiro serviço web amplamente utilizado, e os primeiros generalizaram “mashups” (misturas), cada banner servido como uma cooperação contínua entre dois sites, entregando uma página integrada a um leitor em um outro computador e isso tornava a “navegação” mais lenta e demorada. Isto ainda na web 1.0.
O princípio fundamental por trás do sucesso dos gigantes nascidos na era web 1.0 que sobreviveram para liderar a era web 2.0 parece ser a sua adoção ao poder das inteligências coletivas, aproveitando-as para formar a grande rede. Um bom exemplo da base da web são os hiperlinks, onde os usuários adicionam novos conteúdos, e novos sites que são vinculados à estrutura da web por outros usuários, descobrindo e ligando-os a ela. Ao contrário da web 1.0, o serviço fica automaticamente melhor quanto mais pessoas o usarem.
Novo momento para a Web
Neste novo cenário temos os usuários como codesenvolvedores, aproveitamento da inteligência coletiva, aproveitando a “cauda longa” através de autoatendimento.
Tem- se a quebra do paradigma funcionalista, no qual, segundo os Frankfurtianos (Teoria Crítica da Comunicação), havia apenas:
EMISSOR (ATIVO) -> MENSAGEM -> RECEPTOR (PASSIVO)
A oportunidade competitiva para novos participantes está em abraçar inteiramente o potencial da web 2.0.
As empresas que conseguirem criarão aplicativos nos quais se poderá aprender com seus usuários, utilizando uma arquitetura de participação para construir a partir da riqueza de dados compartilhados e não apenas uma interface do software.
Redes sociais digitais
As redes sociais digitais têm mostrado um novo momento para os contatos interpessoais, modificando a maneira de ver, consumir e fazer comunicação. Isto fica claro quando vemos, por exemplo, a candidatura de Barack Obama, o agora então Presidente dos EUA. Com o uso da Política 2.0, Barack fez sua propaganda através de aplicativos como Twitter e Flickr, arrecadando seus votos e conseguindo a simpatia do povo americano.
Estas novas ferramentas desse mundo virtual estão presentes em todo este novo modelo de comunicação social. Sites como Twitter divulgam vagas de empregos, vendas de produto/serviços além de serem páginas de relacionamento pessoal como outros modelos conhecidos: Blog, Orkut, Flickr, Facebook e outros. É uma nova era de comunicação, era de interatividade e trocas constantes de conhecimentos e informações. Ora somos emissores, ora somos decodificadores e ora somos as duas coisas.
“Ela é a web, a mesma web. Aquela criança que todos nós vimos nascer, agora amadurecida e radiante, rejeitando seu apelido infantil. Ou pelo menos tentando colocar um sobrenome nele.”
Luli Radfaher
Uma pesquisa da Kids Experts, realizada pelo Cartoon Network no Brasil, apontou que, das crianças entre sete e nove anos, 77% entraram pela primeira vez em um site de comunidade online quando ainda tinham entre cinco e oito anos de idade.
Duas em cinco crianças consultadas já trocaram conteúdo de mídia na web. Cerca de 20% já postaram algum vídeo no Youtube.
O Brasil é apontado como o país que mais faz uso das ferramentas das redes sociais pela internet, tanto no aspecto de tempo quanto de acesso. Segundo pesquisa divulgada em março de 2009 pela empresa Nielsen, 80% dos brasileiros que navegam na internet estão ligados a sites de relacionamento como o Orkut e o Facebook. Em seguida vêm a Espanha (75%), Itália (73%) e Japão (70%).
Levantamentos feitos pelas empresas de pesquisa e monitoramento na internet E-life e InPress Porter Novelli mostram que Orkut, Twitter, Youtube e Blogspot são as mídias sociais mais populares entre os entrevistados, e sendo utilizados quase todos os dias.
Com o estudo foi revelado que o Twitter é mais utilizado para busca de informações e notícias, já o Orkut é mais procurado para manter contatos com amigos, familiares e colegas. Entretanto, Youtube e o Blogspot são ferramentas mais usadas como passatempo e divulgação pessoal. A pesquisa foi aplicada em julho de 2009, por meio de 1.277 questionários.
Outro lado das mídias sociais digitais
Porém, alguns estudiosos veem a internet como algo que está deixando os jovens mais “burros” e a culpa desta “alienação seriam as distrações digitais: como MSN, torpedos, iPod, games, Orkut. Isto segundo Mark Bauerlein, professor de Língua Inglesa da Universidade de Emory, EUA. Para o historiador Andrew Keen, não há problema com a “blogsfera” ou mundo dos blog’s, das redes sociais na internet, se a pessoa ler o jornal antes. “Se você está familiarizado com notícias, se entende como a tecnologia funciona, a blogsfera pode ser útil. O problema é tornar isso como fonte substituta de notícias, especialmente para os jovens.”
Keen também ressalta: “Eles acreditam em tudo o que leem, então me preocupo que a blogsfera se torne forte numa sociedade em que as crianças não fazem a menor idéia de como ler ‘através’ das notícias. Eles estão perdendo sua capacidade crítica”.
Conclusões
Existem muitos pensamentos diferentes sobre um único assunto. Não podemos dizer o que está certo ou errado, pois como dizia F. Nietzsche, “não há fatos, somente interpretações”.
Uma coisa é certa: as redes sociais e a web evoluíram muito e não vão voltar atrás, uma criação vai levar à outra criação, com, novas extensões e meios. A hibridização com o social, sendo assim com as relações humanas, essa sim deve permanecer e se envolver cada vez mais em nossas vidas.
A web evoluiu e com isso os modelos de comunicação também se adaptaram para o novo momento da sociedade. A participação de todos na construção de novos pensamentos, transmissão de notícias, esta liberdade do público de poder interferir e influenciar tanto como receptor, quanto emissor de informações é uma quebra de um paradigma, uma necessidade em se comunicar, e nada mais é passivo neste processo.
Outro ponto interessante é a realização do sonho de Mallarmé com o seu livro “móvel”, este processo infinito de fazer-se e refazer-se, novas possibilidades, transformar o leitor em autor. O Sonho de Mallarmé hoje pode se dizer viável devido à web, o suporte que Mallarmé mencionava mesmo sem ao menos ter o conhecido. A quebra do sintagmático livro, tradicional e muitas vezes limitado, por algo maior, participativo, associativo assim como o nosso cérebro e infinito assim como o conhecimento.
Referências:
http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web-20.html, Consultado abril/2010
Revista Mídia Com Democracia; nº 10, Dez. 2009
http://www.oficinadanet.com.br/artigo/2100/entenda_o_que_e_a_web_2.0_-_os_novos_caminhos_da_internet, Consultado abril/2010
http://www.youtube.com/watch?v=wY3HD600oQQ, Consultado abril/2010
http://www.youtube.com/watch?v=6gmP4nk0EOE&feature=related, Consultado abril/2010
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tim_O'Reilly, Consultado abril/2010
Nancy Vieira - RA: 189050-6
Publicidade e Propaganda
Belo post. Creio que você será uma publicitária que reinará na WEB.
ResponderExcluirApenas um detalhe: os diversos canais de comunicação e fruição de conteúdo que existem na WEB hoje é que geram o fenômeno da cauda longa. Eles pulverizam a audiência diante de tantas opções.