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Imagem retirada do Blog de Mario Matos, clique na foto para seguir ao link.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Metrópolis: a crítica da realidade




No dia 26 de Março o canal de televisão “Discovery Channel” apresentou um documentário chamado “Engenharia Extrema”, discutia como fazer para que cidades tão populosas e superdesenvolvidas criassem mais centros comerciais e residenciais. O maior problema dessas cidades é a falta de espaço e a própria cidade de São Paulo é exemplo disso e, por enquanto, a solução são os inúmeros prédios que estão surgindo. Mas como será no futuro quando não houver espaço para a expansão dessas cidades?


O documentário cita a cidade de Chicago, que assim como São Paulo futuramente estará enfrentando o mesmo problema. Entretanto algumas soluções já estão sendo apresentadas e a mais audaciosa é a que consiste em um megaespaço subterrâneo, uma nova cidade por baixo da terra onde existiriam centros comerciais, residenciais, ruas, avenidas, áreas para lazer, etc. Parece loucura, foi o que eu imaginei também, mas curiosamente no dia seguinte assisti ao filme “Metrópolis” de Fritz Lang e cheguei à uma conclusão de que não é impossível. Porque se a arte imita a vida, a vida também pode imitar a arte. Contudo alguns pontos de vista devem ser levados em consideração comparando a ficção e a realidade.


A Proposta de Fritz Lang

O filme mostra uma megacidade dividida em duas. Uma parte era constituída de enormes prédios iluminados, o maior de todos se parecia com a Torre de Babel e era onde ficava o administrador da cidade. Havia também clubes, estádios, viadutos e carros para todos os lados. As pessoas eram de alto poder aquisitivo e não trabalhavam, desfrutavam do lazer em cassinos e bordéis, seus filhos eram criados em um lugar parecido com o Jardim do Éden. A outra parte da cidade era subterrânea e chamada de “Cidade dos Trabalhadores”, um lugar com construções de prédios apenas para a moradia e um grande galpão de máquinas. As pessoas que lá viviam apenas trabalhavam e na da mais, dividiam-se em turnos de 10 horas se alternando, e nunca viam a luz do dia.


A visão futurista desse filme coloca em duvida a questão se é possível existir um lugar como esse. Claro que pensando na arquitetura do local é algo totalmente inimaginável, mas sendo um pouco irônico, há um tempo atrás ninguém imaginava que o homem poderia voar em uma aeronave ou até mesmo chegar à Lua. O século XX foi repleto de invenções e avanços tecnológicos e a ambição do homem por continuar evoluindo será eterna.

O filme discute vários assuntos, entre eles Fritz Lang aborda questão social ao colocar essa divisão literal de classes, algo que talvez a sua realidade já estivesse presenciando. A classe alta não se preocupa ou quer saber quem são os responsáveis pelo aumento de suas rendas, e também pouco enxerga uma falha no sistema. A classe baixa trabalha por obrigação de viver e se um dia ela vier a parar, como de fato acontece no filme, então a classe alta por sua vez virá a quebrar. Mas será que essa questão é só fantasia do filme ou isso acontece nos dias de hoje também?

Outro ponto de auge no filme ocorre quando o administrador da cidade pede para um cientista fazer um clone da mulher que representa a sabedoria na Cidade dos Trabalhadores, e faz desse clone o espetáculo nos bordéis da alta classe. Analisando esse ponto temos um exemplo do quanto o homem é criativo e
ignorante ao mesmo tempo, utiliza a tecnologia contra si quando poderia melhorar a vida de toda sociedade.

Conclusão

Algumas necessidades realmente são imprescindíveis como meios de acesso a todos sem discriminação, porém outras são totalmente desprezáveis como a própria cidade subterrânea em Chicago já que essa opção não será de alcance de todos e a superlotação continuará. O avanço da tecnologia ainda faz com que o homem se torne refém dela, uma vez que ele continua pensando em si. As tecnologias mudam, já a forma de pensar do homem é a mesma.

Referencias:

www.destination360.com/.../illinois-chicago.jpg

davidszondy.com/future/city/Metropolis%2001.jpg

boxoffice.com/blogs/steve/metropolis%20poster.jpg

http://www.youtube.com/watch?v=RcyKlRv1BRk


Filme: Metrópolis

Ano: 1927

País: Alemanha

Direção: Fritz Lang


Faculdade de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda 3º Semestre

Disciplina: Comunicação Comparada

Postado por: Bruno Falcão RA 1906470


6 comentários:

  1. Ei Bruno muito bacana esse assunto, totalmente visionário e a forma de abordagem totalmente coerente. Não conhecia e achei ótima sua colocação sobre a atualização das tecnologias e apesar existir da intensa mobilização com relação a sustentabilidade e direitos humanos, ainda estamos engatinhando para que isso se torne uma realidade.
    Postado por: Sueli Ap. Sousa RA 1940899

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  2. Cheguei e que nos seres humanos é quem criamos a possibilidade ou melhor á de gerarmos e passarmos isso para as pessoas que o mundo em que vivemos pode ser modificado a essa tal maneira.


    Fabiana da Silva Gomes
    Ra:1940848

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  3. O que mais impressiona é pensarmos que a cidade surge como a maior de todas as nossas extensões: ela é uma extensão de todo nosso corpo e suas milhões de funções e utilidades.
    Bom post Bruno.
    Vou dar uma volta em Le Halle agora... rs

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  4. Seria uma boa sugestão para acabar com o trânsito na cidade de São Paulo, construindo uma cidade subterrânea.

    Por: André Dorico
    Ra: 1645862

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  5. Daniela: Futuramente se a cidade de São Paulo,passar por essas dificuldades que a cidade de Chicago passou,acho que seria uma boa solução para esses problemas, contruir uma nova cidade de baixo da terra,ia facilitar bastante a vida das pessoas,teria menos trânsito e menos estresse.
    Muito interessante Bruno saber que o mundo pode ter essas modificações.

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